Mãe e filha juntas na agro-indústria: uma história de aprendizagem e apoio mútuos

  Publicado em 24 do Abril do 2023

Universidade   Sociais/Culturais

Imagem da notícia

Nidia Antonia De La Cruz, 46 anos, e a sua filha Nidia Thays Bustamante De La Cruz, 19 anos, partilham uma ligação especial, não só como mãe e filha, mas também como colegas de turma no curso de Engenharia Agroindustrial.


Como é que surgiu a ideia de estudarmos juntos o mesmo curso?

Mãe: Quando engravidei do meu primeiro filho, interrompi os meus estudos e depois não pude voltar a fazê-los por falta de tempo e de recursos. Sempre tive o desejo de voltar a estudar e alcançar o meu objectivo de me tornar uma profissional. E agora que os meus filhos estão crescidos, vi a oportunidade de continuar a aperfeiçoar-me, aprendendo coisas novas; e quando a minha filha me disse que queria estudar a mesma carreira que eu, decidi apoiá-la também e embarcámos juntas neste desafio.

Filha: Sim, sempre gostei do campo e de o combinar com o fabrico de produtos e, quando a minha mãe decidiu estudar esta carreira, apercebi-me de que também era algo que me apaixonava e decidi juntar-me a ela.

Como é que foi a vossa experiência de estudar juntos?

Mãe: Foi uma experiência muito enriquecedora. Aprendemos muito uns com os outros e apoiámo-nos mutuamente ao longo de todo o percurso. A minha filha e eu não vivemos juntas, ela vive com o pai e eu vivo numa quinta com o meu actual parceiro e o meu outro filho, mas aproveitamos a oportunidade para nos vermos de segunda a sexta-feira nas aulas e partilharmos como parceiras e mãe e filha ao mesmo tempo.

Filha: Sim, foi uma grande oportunidade para reforçar a nossa relação, para trabalhar em conjunto para atingir os nossos objectivos. Além disso, gosto muito de saber que, apesar de ter a minha mãe na mesma turma que eu, isso não me impede de me relacionar com outras pessoas, ou seja, ela deixa-me ser eu e partilhar com os meus amigos. Além disso, ela é mais sociável e tem mais amigos do que eu (risos), e ganhou o respeito e o afecto de todos os meus colegas.

Mãe: Sim, a verdade é que me considero uma pessoa muito sociável e considero que não tenho qualquer problema em fazer amigos, adapto-me às circunstâncias e, neste caso, às idades. Os meus colegas tratam-me com respeito e carinho, e até me chamam "Mami Nidia" (risos).

Quais são os maiores desafios que enfrentaram ao estudar juntos?

Mãe: O maior desafio tem sido a diferença de idades e as diferentes formas de aprendizagem. Por vezes, preciso de mais tempo para compreender as coisas e a minha filha aprende mais depressa, mas ela apoia-me sempre a ultrapassar estes desafios. Além disso, os professores, que também são mais novos do que eu, são muito prestáveis quando tenho alguma dificuldade em entregar os trabalhos de casa.

Filha: É verdade que também tem sido um desafio encontrar tempo para estudar e equilibrar a nossa vida familiar e académica. Por exemplo, sou eu que lembro à minha mãe a data de entrega dos trabalhos de casa, uma vez que o seu trabalho por vezes não lhe dá tempo para estar atenta.

Quais são os seus planos para o futuro depois de terminar o curso?

Mãe: O meu plano é continuar a aprender e a formar-me na área da agro-indústria, e depois fazer um mestrado em agronomia, para me tornar professor universitário, porque tenho uma grande vocação para ensinar.

Filha: Também quero continuar a aprender e a trabalhar na área da agro-indústria, começar o meu próprio negócio de chocolate, contribuir para o desenvolvimento e crescimento da minha comunidade e do meu país.

Que conselhos daria às pessoas que adiaram os seus estudos?

Mãe: Jovens e adultos: nunca é demasiado tarde para estudar! É possível voltar a estudar em qualquer idade, desde que se tenha vontade e determinação para terminar o que se começou. Estudar e preparar-se é um sinal de amor-próprio que devemos ter bem claro. É uma experiência única que reforça o o desenvolvimento pessoal.

Filha: Os únicos responsáveis pelo que nos acontece somos nós próprios, tudo o que queremos e nos propomos fazer podemos alcançar, os limites estão apenas na mente. O meu conselho para as pessoas que adiaram os estudos, por qualquer razão, é que pensem sempre no nosso futuro, no nosso crescimento como profissionais e como pessoas, e se sentirem que têm algo pendente para fazer, façam-no, realizem esse sonho, no final ninguém se sentirá mais feliz e realizado do que vocês.




Comunicação


Jornal da Universidade
Jornal universitário edição de Marzo 2024

Meios de comunicação social

Resumo das notícias semanais


Assinatura do