A transição ecológica

  Publicado em 17 do Junho do 2021

Faculdade de Ciências de Engenharia   Académico

Imagem da notícia

Papel da academia e da sociedade.


Por: Oscar Prieto Benavides
PhD em Recursos Naturais
Palestrante em Engenharia Ambiental

É agora do conhecimento geral que as condições para a perpetuação da vida humana e de outras espécies (principalmente as do reino animal) estão gravemente ameaçadas, principalmente devido à degradação e perda dos ecossistemas do planeta. Neste contexto, tendo como pano de fundo uma crise climática cada vez mais evidente, vários países e uma grande parte da comunidade científica mundial estão preocupados com os desafios sistémicos que a humanidade necessita urgentemente de enfrentar, tais como a compreensão de modelos de transição viáveis para a construção de sociedades sustentáveis. Neste sentido, o antigo Ministério do Ambiente do Equador incluiu no seu nome o Ministério do Ambiente, Água e Transição Ecológica do Equador, sendo uma mudança marcante mas muito importante na história do país, que visa incluir uma agenda estratégica de transição ecológica que actuará como aliada das políticas ambientais, produtivas, tecnológicas e científicas para construir os alicerces de um Equador com um futuro mais sustentável.

O que é a transição ecológica?

Conceptualmente, a transição ecológica é considerada como um processo gradual com orientação e acompanhamento da transformação das bases produtivas e sociais para recuperar o equilíbrio e a fertilidade dos agro-ecossistemas, dando prioridade ao desenvolvimento de sistemas agro-alimentares locais e sustentáveis, considerando os aspectos sociais e culturais (dinâmica da cooperação social), económicos e políticos (políticas públicas de promoção agro-ecológica) e o aspecto ecológico (gestão dos recursos naturais).

Em suma, o objectivo do governo nacional é implementar políticas e estratégias públicas que permitam o desenvolvimento de um modelo económico que não se limite apenas a reduzir o impacto ambiental existente de várias actividades produtivas, mas que vise também promover os processos regenerativos dos recursos naturais. Por outras palavras, enquanto país, ser economicamente produtivo, mas ao mesmo tempo respeitoso da natureza. Isto inclui inovação verde na indústria, novas tecnologias e a economia circular para reduzir os impactos ambientais.

Qual é o papel da comunidade universitária e da sociedade em geral na transição ecológica?

A comunidade universitária, tanto professores como estudantes, deve pôr em prática o objectivo comum do processo de transição ecológica, que procura pôr em prática o conceito de que as áreas cultivadas são também ecossistemas e que, portanto, processos ecológicos como o ciclo dos nutrientes, relações de cooperação, mutualismo, facilitação, predação, sucessão ecológica, germinação, competição, reprodução, floração, polinização, migração, crescimento, estabelecimento e dispersão de sementes e frutos ocorrem, tal como ocorrem em ecossistemas nativos como a floresta tropical amazónica, por exemplo. Assim, ao compreender estes complexos processos e relações entre os seres vivos, os agro-ecossistemas podem ser geridos para produzir melhor, com menos impactos negativos sobre o ambiente, maior equilíbrio ecológico, sustentabilidade e menor consumo de insumos externos.

Para os agricultores, produzir num sistema de base agro-ecológica visa promover interacções ecológicas e sinergias entre componentes biológicos presentes no ambiente, aumentando a fertilidade do solo, a produtividade e a protecção das culturas. Ao optar por iniciar a transição ecológica, os agricultores demonstram a sua preocupação pela sua própria saúde, a do ambiente e a dos que consomem os seus produtos, por uma agricultura mais sustentável que beneficie todos.

Para os consumidores, os produtos de transição biológica representam o acesso a alimentos mais saudáveis e com maior valor nutricional, produzidos com tecnologias que procuram optimizar a utilização dos recursos naturais e socioeconómicos, valorizar as tradições culturais e oferecer transparência em todas as fases da produção. Quem consome estes alimentos contribui para a valorização e reforço da agricultura familiar e para a produção de alimentos mais limpos. Acesso à habitação ecológica e às energias renováveis para aumentar a qualidade de vida, sem exceder a capacidade de carga dos ecossistemas.




Comunicação


Jornal da Universidade
Jornal universitário edição de Marzo 2024

Meios de comunicação social

Resumo das notícias semanais


Assinatura do